Uma investigação da polícia da Catalunha revelou a existência de tribunais islâmicos clandestinos em plena Espanha. A primeira corte ilegal descoberta na Espanha operaria como em um país muçulmano, com a aplicação do rigor da Sharia, a lei islâmica. O tribunal foi revelado no início de dezembro quando a Justiça da região de Tarragona indiciou dez imigrantes por liderar uma corte que teria sentenciado à morte uma mulher muçulmana.

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Sete dos acusados estão em prisão preventiva. Se condenados, podem pegar até 23 anos de prisão por cárcere privado, tentativa de homicídio e associação ilícita. Segundo a investigação a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, a polícia conclui que é “provável que se tenha estabelecido um tribunal de honra islâmico”.

O primeiro indício foi registrado em março, quando uma marroquina denunciou o marido em uma corte espanhola por maus-tratos e tentativa de assassinato. A Justiça concluiu que o marido, Hassan Oulad Omar, havia denunciado sua mulher a um tribunal islâmico clandestino por desobediência. Ela estava grávida e o marido queria obrigá-la a abortar.

Segundo a vítima, cujo nome é mantido em sigilo, ela foi sequestrada e julgada por 20 homens, que deliberaram sobre seu destino por horas. No fim do dia, foi levada para a casa de um dos membros do tribunal, mas conseguiu escapar durante a noite.

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Durante a investigação, as casas dos suspeitos foram vigiadas até por helicópteros e há indícios de que eles poderiam ter ligações com Al-Qaeda. As associações de muçulmanos na Espanha, porém, acusam o governo de não ter tomado medidas proativas antes da descoberta. O fenômeno não se limita à Espanha. Na Grã-Bretanha, onde há uma grande população muçulmana, a Sharia começa a ser usada para resolver disputas familiares e pequenas causas. O primeiro tribunal foi identificado em 2008, mas opera desde 2007.