Três governadores da oposição boliviana entraram em greve de fome para protestar contra o governo do presidente Evo Morales, às vésperas do referendo revogatório, marcado para o próximo domingo (10), no qual o mandatário e oito dos nove governadores medirão forças para continuar nos seus cargos. Rubén Costas, governador do departamento (Estado) de Santa Cruz, Ernesto Suárez, governador de Beni e Leopoldo Fernández, governador de Pando, se somaram à greve de fome dos líderes cívicos regionais, deflagrada no domingo passado, para exigir que La Paz devolva fundos obtidos com tributos sobre o faturamento do petróleo e gás do país.

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O governo arrecadou o dinheiro há mais de um ano dos orçamentos dos departamentos para pagar uma aposentadoria universal a todos os idosos do país. Em Santa Cruz, a greve de fome ocorre em uma praça. Os grevistas afirmam consumir apenas líquidos, mas autoridades colocaram em dúvida a veracidade do movimento. Enquanto isso, grupos antigovernamentais impediram a visita de Morales a Santa Cruz e Beni na noite desta quinta-feira (07), onde partidários do presidente haviam organizado um comício.

Ainda na quinta, os opositores colocaram quatro tratores da prefeitura na pista de aterrissagem do aeroporto de Cobija, no departamento de Pando, para impedir a chegada de Morales, informou à Rádio Fides o dirigente dos professores da cidade, David Cruz. “Morales vem fazer promessas que não cumprirá,” disse Cruz. Morales também não pôde ir à Tarija, no sul da Bolívia, onde manifestantes tomaram o aeroporto na terça-feira e impediram também a visita dos presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez. Todos se encontrariam em Tarija. Morales também precisou cancelar sua visita a Sucre, a capital histórica do país para celebrar o dia da independência, celebrado em 6 de agosto.

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