A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou hoje que aproximadamente 300.000 pessoas perderam suas casas no terremoto de magnitude 7 na Escala Richter que atingiu o Haiti na terça-feira. Segundo a entidade, uma em cada dez casas da capital, Porto Príncipe, ficaram destruídas. A ONU informou que a comunidade internacional já se comprometeu a enviar US$ 268,5 milhões em auxílio às vítimas. Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas vivem em áreas atingidas por “fortes tremores” no país, que tem 9 milhões de habitantes.
“A população estimada de Porto Príncipe é de 2,8 milhões, com aproximadamente 3,5 milhões de pessoas vivendo em áreas afetadas por fortes tremores”, afirmou uma porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. Várias equipes de resgate estão chegando ao Haiti, mas elas enfrentam um cenário de insegurança, obrigando que o trabalho seja paralisado durante a noite por causa da falta de armas ou de guardas.
“Nosso maior problema é a insegurança. Ontem (quinta-feira) eles tentaram roubar alguns de nossos caminhões. Hoje (sexta-feira), nós mal pudemos trabalhar em alguns lugares por causa disso”, disse Delfin Antonio Rodríguez, chefe da Defesa Civil e comandante de resgates da vizinha República Dominicana. “Há saques e pessoas com armas por aí, porque esse país é muito pobre e as pessoas estão desesperadas.”
Demora
Ao mesmo tempo, os haitianos enfrentam uma situação de desespero por causa da demora na chegada do auxílio. Vítimas do terremoto chegaram a fazer um protesto contra esses atrasos, usando cadáveres para bloquear ruas da capital. Equipes de resgate de República Dominicana, Venezuela, Estados Unidos, França e Bolívia estão entre as primeiras a chegar para ajudar os haitianos. A estimativa é de que dezenas de milhares de pessoas tenham ficado sob os escombros em Porto Príncipe.
Rodríguez lembrou que outro grande problema é a falta de hospitais em funcionamento, já que vários foram destruídos. De acordo com ele, será necessário montar um grande hospital de campanha para atender os vários feridos, mas que no momento era impossível construir um. “Nós podemos fazer isso durante a noite e pela manhã ele já terá sumido”, disse ele, temendo os saques.
O cenário de insegurança é tal que equipes estavam abandonando o trabalho conforme o sol se punha, mesmo que estivessem no meio de alguma operação de resgate. Em 24 horas, a equipe dominicana resgatou 17 sobreviventes e dezenas de corpos do prédio do Parlamento. Entre os mortos havia 20 senadores haitianos. As informações são da Dow Jones.