Um trem de luxo, cheio de turistas estrangeiros, ficou fora de controle numa descida e descarrilou hoje, na África do Sul. Funcionários da ferrovia alertaram os passageiros para que pulassem do trem, depois que os freios deixaram de funcionar. “Eu gritei para que os outros pulassem”, disse o diretor-gerente da Rovos Rail, empresa que opera o trecho, Rohan Vos. “Eu pulei enquanto o trem estava em movimento”.
Três pessoas morreram, entre elas uma grávida e o bebê que ela deu à luz logo após o acidente. Um funcionário da empresa também morreu, e passageiros ficaram presos em meio às ferragens. Dentre os passageiros estavam 44 norte-americanos, quatro franceses, quatro sul-africanos e quatro britânicos, além de três alemães, de um total de 59.
A viagem havia começado na Cidade do Cabo e estava perto de seu destino, em Pretória, capital administrativa da África do Sul. Nesse momento, parou para a mudança rotineira de uma locomotiva elétrica para uma a vapor, disse Nothemba Dlali, da Metro Rail, que supervisiona dos serviços ferroviários dos principais centros populacionais da África do Sul.
Dlali disse que o trem começou a se mover depois que a locomotiva elétrica foi removida, mas antes que o maquinário a vapor fosse engatado, ganhando velocidade ao descer o declive. Dezessete vagões descarrilaram perto da estação, em Pretória, disse Johan Pieterse, do departamento de segurança da comunidade da capital.
Ferramentas elétricas tiveram de ser usadas para retirar alguns passageiros das ferragens. “Havia feridos em todos os lugares”, disse Werner Vermaak, porta-voz da empresa privada de ambulâncias ER24, segundo informações da South African Press Association (Sapa). Chris Botha, da equipe de resgate, disse à Sapa que a grávida entrou em trabalho de parto logo depois do choque, provavelmente por causa da força do impacto, mas ela e o bebê não sobreviveram.
A Metrorail disse que vai demorar dois dias para limpar os escombros, durante os quais os serviços ferroviários ficarão interrompidos e serão substituídos por ônibus. O descarrilamento acontece a menos de dois meses da Copa do Mundo de futebol. O ministro dos Transportes, Sibusiso Ndebele, disse em comunicado que o descarrilamento foi um incidente isolado e que não vai afetar “a capacidade do país e prontidão para receber o torneio”.