Treinamento rebelde na Síria deve levar 12 meses

Os rebeldes moderados sírios, quando terminarem o treinamento administrado pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, deve ajudar a restaurar a fronteira entre a Síria e o Iraque, apagada pelo Estado Islâmico, afirmou nesta quinta-feira o general do Exército Martin Dempsey.

Dempsey alertou, no entanto, que pode demorar um ano para que os rebeldes sírios, considerados pelo governo do presidente Barack Obama um elemento chave na estratégia para combater os extremistas, estejam prontos para entrar em ação.

“Nós acreditamos que restaurar a fronteira é um passo importante para começar a impor uma pressão sobre o EILL que levará à sua destruição definitiva”, disse Dempsey, chefe do Estado Maior das forças norte-americana, usando a sigla com a qual o grupo se identificava antes de mudar de nome. Segundo autoridades dos EUA, o Estado Islâmico teria a seu favor até 31 mil combatentes.

Em depoimento a um pequeno grupo de jornalistas após se encontrar com seu equivalente francês, Dempsey disse que serão necessários três meses até o início do programa de treinamento, que vai custar cerca de US$ 500 milhões. O projeto foi aprovado nesta quarta-feira pela Câmara norte-americana e enviado ao Senado, onde também deveria passar, de acordo com membros de ambos os partidos.

O general afirmou que, antes de começar o treinamento, os Estados Unidos e certos aliados devem analisar a competência e a lealdade de possíveis candidatos na Síria. Inicialmente, eles receberão armas pequenas e equipamentos leves, mas poderão ter acesso a armamentos mais sofisticados quando provarem suas intenções.

Também levará algum tempo para a coalizão adquirir, por meio de contratantes, as armas e os equipamentos necessários ao treinamento, afirmou Dempsey. E assim que o programa estiver em curso, será necessário decidir a qual organização dentro da Síria os rebeldes responderão. Segundo ele, esta será a parte mais difícil.

“A quais sírios ou a quais grupos de sírios essa força responde e perante quem será responsável? Porque o que nós não queremos fazer é construir uma força que responde a nós. Isso não seria uma solução de longo prazo”, disse o chefe do Estado Maior.

Segundo ele, o treinamento será realizado em mais de um país. O objetivo é treinar ao menos cinco mil rebeldes por ano. A intenção não seria formar pequenos times de guerrilhas que poderiam ficar à solta na Síria. Dempsey afirmou que o foco é desenvolver rebeldes capazes de liderar uma força substancial.

Questionado se o objetivo era ter homens capazes de trabalharem em conjunto com a força aérea norte-americana na Síria, o general disse que essa será uma opção que irá desenvolver. “O presidente ainda não se decidiu sobre isso, mas é uma opção que eu vou preparar”, afirmou. Dempsey disse que iria recomendar a Obama que usasse a força rebelde como apoio aos ataques aéreos. “Isso não quer dizer que tem que ser a nossa força aérea”, ele acrescentou. Fonte: Associated Press.

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