Pelo menos 25 pessoas, entre civis, tropas do governo e soldados dissidentes, foram mortas na persistente violência no Iêmen, disseram médicos nesta quarta-feira. O presidente Ali Abdullah Saleh voltou a dizer que pretende renunciar. Mas Saleh já declarou isso anteriormente e não cumpriu a promessa. Centenas de mulheres iemenitas queimaram seus véus em protesto contra a brutal repressão de Saleh. Os confrontos prosseguiam na noite desta quarta-feira.
As mulheres estenderam um pano preto na principal rua da cidade de jogaram sobre ele seus véus que cobrem todo o corpo – conhecidos como makrama – e sobre eles um líquido combustível e atearam fogo. Enquanto as chamas subiram, elas gritaram: “quem protege as mulheres iemenitas dos crimes cometidos por bandidos?”.
As mulheres iemenitas têm tido uma participação importante no levante contra o governo autoritário do presidente Ali Abdullah Saleh, que teve início em março, inspirado em outras revoluções árabes.
O papel feminino foi destacado no início de outubro, quando a ativista iemenita Tawakkul Karman foi laureada com o prêmio Nobel da Paz, juntamente com duas mulheres liberianas, por sua luta pelos direitos das mulheres.
Mas os protestos desta quarta-feira não tiveram relação com questões relacionadas ao universo feminino. A queima de roupas pelas mulheres é um gesto beduíno simbólico, que significa um apelo por ajuda dos homens da tribo, neste caso a interrupção dos ataques contra manifestantes
As mortes nesta quarta-feira ocorreram tanto na capital, Sanaa, como na segunda maior cidade do país, Taiz. Na terça-feira, Saleh afirmou ao embaixador dos EUA no Iêmen que assinará o plano de transição apoiado pelos Estados do Golfo. O acordo prevê a renúncia do governante autoritário em até 30 dias. Saleh governa o Iêmen com mão de ferro há 33 anos.
As informações são da Associated Press.