Ao mesmo tempo em que a chanceler israelense, Tzipi Livni, embarcava para os Estados Unidos – com a intenção de buscar um compromisso em Washington para pôr fim ao contrabando de armas do Egito para a Faixa de Gaza – autoridades em Israel davam sinais de que um cessar-fogo pode ser alcançado nos próximos dias. “Estamos tentando encontrar uma solução duradoura e estamos esperançosos de que essa solução duradoura está mais perto do que nunca esteve antes”, declarou o porta-voz do primeiro-ministro, Ehud Olmert, Mark Reguev.
Por seu lado, chefes do Hamas propuseram ao Egito um cessar-fogo de um ano se Israel concordar em se retirar da Faixa de Gaza em até sete dias. A trégua poderia ser renovada após o período inicial de 12 meses. O grupo palestino também exige que Israel e o Egito abram suas passagens nas fronteiras com o território, pondo fim ao bloqueio.
Outros pontos do plano do Hamas abordam a necessidade de uma conferência sobre a reconstrução de Gaza e a compensação pelos danos causados pela guerra. A organização rejeita o retorno de forças leais ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que integra o Fatah, grupo rival do Hamas. Forças turcas seriam aceitas para monitorar a fronteira com o Egito. A proposta do Hamas é diferente da elaborada pelo governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak.
O plano do Egito altera o status quo anterior ao dar mais garantias de segurança para Israel. Em uma primeira fase, israelenses e militantes do grupo palestino suspenderiam temporariamente os ataques para que seja aberto um corredor humanitário para levar ajuda à população de Gaza. Na segunda etapa, seriam finalizados os acordos para a segurança na fronteira entre o Egito e Gaza, para a reabertura da passagem de Rafah. Na última fase, Israel retiraria os soldados e reabriria suas passagens para o território palestino. Israel rejeita a imposição de uma data para a retirada de suas tropas de Gaza. Mas, segundo o diário Haaretz, o governo concordou em parte com o plano do Egito.