Cerca de 1,4 milhão de pessoas ficaram em frente às suas lareiras, nesta quarta-feira (28), em todo os Estados Unidos, esperando pela melhora do clima e pela restauração do fornecimento de energia elétrica, após a passagem de uma tormenta que matou 23 pessoas entre as planícies do sul e da costa oeste do país. Porém, enquanto as temperaturas continuam caindo, funcionários das empresas de serviços públicos advertiram que a volta da energia elétrica pode demorar até meados de fevereiro em alguns lugares mais afetados. Os problemas mais graves ocorreram em Kentucky, Arkansas e Ohio.
As equipes de resgate têm dificuldades em chegar aos locais afetados. Galhos de árvores cheios de neve e linhas de transmissão de eletricidade bloqueiam as estradas. Em Kentucky, soldados da Guarda Nacional foram enviados para remover os escombros. “É como se um tornado tivesse chegado aqui, mas sem ter estabelecido uma rota, já que os estragos estão por todos os lados”, disse Mel Coleman, diretor-geral da empresa de eletricidade em Salem, no norte do Arkansas. Sua própria casa estava sem eletricidade e ele passou a noite de terça-feira em uma cadeira em seu escritório. A tormenta “foi muito pior do que imaginávamos.”
No Arkansas, onde a espessura da neve alcançou 7,6 centímetros, as pessoas se juntavam em torno das chaminés, aquecedores a lenha e aquecedores portáteis ligados a geradores. Quando o frio aumenta, saem em busca de refúgio em casas de parentes que não foram tão afetadas. “Nos encolhemos em uma cama com quatro cobertores. Está congelando”, disse Pearl Schmidt, de Paintsville, no leste de Kentucky. Sua família suportou temperaturas de zero grau antes de se refugiar num albergue na manhã de ontem.
O número de casas e empresas sem eletricidade chegou a cerca de 1,4 milhão na tarde de ontem, numa faixa de Estados que vai de Oklahoma à Virgínia Ocidental. Mas o número de pessoas afetadas pela falta de energia pode ser mais alto. O governador de Kentucky, Steve Beshear, disse que “temos muitos condados que não têm nenhum meio de comunicação, nenhuma calefação e nenhuma eletricidade”.
Várias organizações de caridade abriram albergues na região, mas pela falta de energia em quase todos os locais, dentre eles as estações de rádio, é difícil divulgar a informação. Alguns ajudantes vão de porta em porta oferecendo levar os mais velhos para lugares seguros.