O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, ao comentar o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que todos os países são cobrados de alguma coisa nesses relatórios. “E não somos obrigados a concordar com isso também”, disse o presidente, durante entrevista coletiva ao lado do presidente de El Salvador, Maurício Funes.

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Lula, no entanto, evitou comentar a notícia de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quer deixar a comissão de Direitos Humanos da OEA, depois das críticas recebidas no relatório da entidade, contra a concentração de poder e a restrição de liberdades civis na Venezuela.

Pouco antes, respondendo a perguntas da imprensa sobre as críticas recebidas por não ter condenado a atitude do governo cubano por ter permitido que a greve de fome do ativista político Orlando Zapata o levasse à morte, Lula disse que uma pessoa quando entra em greve de fome, faz uma opção equivocada. “Eu entrei em 80 e jamais faria isso de novo”, disse.

O presidente disse ainda que “não se pode fazer julgamento de um país ou julgar a atitude de um governo por uma atitude de um cidadão que resolve entrar em greve de fome. Eu não sei se os presos brasileiros entrassem em greve de fome, você sendo governante, você ia liberar todos porque entraram em greve de fome. É uma coisa mais delicada do que simplesmente fazer a crítica”, disse.

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“Gostaria que todos os governantes do mundo agissem como eu ajo, porque ninguém pode dizer que deixei alguma dúvida sobre o exercício da democracia. Mas eu aprendi a não dar palpite sobre o governo dos outros, porque, muitas vezes, se mete o dedo onde não deveria meter”, disse.