Terremoto pode custar até US$ 35 bi para seguradoras

O terremoto que devastou partes do norte do Japão causou US$ 35 bilhões em perdas para empresas de seguro, dado que coloca o tremor da última sexta-feira como o mais caro já registrado pela indústria seguradora mesmo antes dos efeitos do tsunami serem incluídos. A afirmação é da AIR Worldwide, empresa de Boston que fornece softwares para modelos de risco.

Embora vá levar meses até que o custo real da catástrofe seja calculado, a AIR Worldwide disse neste domingo que somente o terremoto causou perdas entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões de propriedades seguradas. Se as perdas se situarem no meio desta faixa, o custo do desastre natural irá ultrapassar todas das outras catástrofes, exceto o furacão Katrina, de 2005.

As estimativas de perdas feitas pela AIR e suas concorrentes são observadas de perto pela indústria seguradora e por Wall Street para medir as perdas de segurados individuais. Nenhuma grande seguradora revelou estimativas de suas próprias perdas ainda, mas o tamanho da estimativa da AIR vai abastecer as conversas da indústria – que ainda estão em curso – sobre se o terremoto vai resultar numa elevação abrupta do preço dos seguros e resseguros.

Tal aumento será sentido por proprietários de residências e empresas em áreas propensas a catástrofes em todo o mundo, dentre elas Flórida e Califórnia.

As estimativas da AIR incluem “danos provocados pelo tremor e incêndio a prédios e residências em terra e o que estava em seus interiores e propriedades agrícolas”, mas não inclui o aumento potencial dos custos dos materiais de construção e de outros materiais, que geralmente ocorrem após um desastre, afirmou a AIR.

A estimativa também não inclui as perdas causadas pelo tsunami. Mas no sábado, a AIR disse que havia examinado as províncias mais diretamente afetadas pelo tsunami e concluiu que US$ 24 bilhões em propriedades asseguradas estavam no perímetro de três quilômetros da costa nessas áreas. Dessa quantia, US$ 5 bilhões estavam a um quilômetro da costa. A empresa advertiu contra a soma de suas estimativas a qualquer estimativa de danos provocados pelo tsunami feitas por outras empresas “já que isso resultaria em duplicação”. A AIR lembrou que “muitas das propriedades destruídas pelo tsunami foram afetadas primeiro pelo tremor e pelo fogo, como podemos ver em vídeos que mostram as ondas do tsunami atingindo prédios inteiros em chamas”.

A AIR disse que pretende estimar de forma independente as perdas causadas pelo tsunami, na medida em que mais informações sejam disponibilizadas – dentre elas fotografias de satélite da Nasa sobre a extensão da inundação – e fornecer uma estimativa combinada de perdas que evite a contagem dupla nas áreas afetadas.

Há poucos relatos de grandes danos estruturais nas províncias de Tóquio e Chiba, exceto os ocasionados por incêndios. Porém, a empresa de risco advertiu que a alta concentração de propriedades asseguradas na área e o fato de algum impacto ter sido sentido pelos segurados significa que “mesmo pequenos pedidos individuais somados terão impacto significativo nos números”.

A Munich Re e Swiss Reinsurance, as maiores resseguradoras do mundo por faturamento bruto, reiteraram neste domingo que ainda é muito cedo para fornecer estimativas de suas perdas. A Hannover Re e a Allianz fizeram declarações semelhantes, assim como a American International Group Inc. (AIG) e o Lloyd’s.

Embora as perdas para o mercado segurador tenham sido altas, o total de perdas econômicas é muito maior. Proprietários de residências e empregas no Japão relutam em adquirir seguros que cubram todo o potencial de perdas por causa dos custos, considerados muito altos. A AIR estima que cerca de 10% a 12% das exposições comerciais estejam asseguradas contra terremotos fora de Tóquio. As informações são da Dow Jones.

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