Os técnicos devem concluir hoje às 9 horas (mesmo horário de Brasília) o revestimento do túnel pelo qual serão resgatados os 33 mineiros presos na mina San José desde 5 de agosto. Segundo o ministro das Minas do Chile, Laurence Golborne, serão revestidos apenas os primeiros 90 metros do túnel com tubos de aço.
Com isso, o resgate dos mineiros deve começar amanhã ou quarta-feira, mas pode atrasar ou adiantar, alertou Golborne. Os mineiros serão transportados pela cápsula Fênix, de 4 metros de altura e 54 centímetros de diâmetro, que vai içá-los do refúgio a 680 metros de profundidade até a superfície. “Para cada mineiro transportado, será como subir num elevador da base até o topo do Pão de Açúcar”, disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich. Segundo ele, a cápsula vai subir a uma velocidade de cerca de 1 metro por segundo e portanto o trajeto até o topo levará “de 12 a 15 minutos”. Antes, porém, os membros da equipe de resgate afirmaram que o içamento demoraria em torno de uma hora – para evitar que a diferença de pressão prejudicasse a saúde dos mineiros. Mañalich previu que os mineiros podem sentir náuseas e ter problemas de pressão ou embolia no trajeto.
Há um grande risco de a cápsula entalar no trajeto. O túnel tem uma inclinação, não é totalmente vertical, nem liso. Há uma folga de apenas 3 centímetros entre a cápsula e a parede do túnel.
Durante o salvamento, os mineiros vão usar roupas especiais: um macacão verde, feito de tecido respirável, que mantém a temperatura do corpo constante, além de capacete e óculos com lentes que bloqueiam 100% dos raios UV. Como eles ficaram em relativa escuridão por muito tempo, o sol poderia danificar sua visão de forma grave. Doze horas antes do resgate, os mineiros iniciarão uma alimentação especial, com dieta líquida enriquecida de minerais, para evitar náuseas durante o translado até a superfície. No instante em que chegarem à superfície, eles serão levados a um hospital de campanha, usando seus óculos especiais. Depois, passarão para um local onde receberão medicamentos e só aí se reunirão com parentes. De lá, são levados de helicóptero para Copiapó, a cidade mais próxima, onde ficarão internados por pelo menos dois dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.