Papa manda o verbo!

“Teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso”

O papa Francisco lamentou os ataques que deixaram 128 mortos na última noite em Paris, dizendo que são mais um fragmento de conflitos ao redor do mundo que começam a equivaler a uma III Guerra Mundial. “Não existe qualquer justificativa para isso”, disse o religioso, em entrevista telefônica ao “TV2000”.

“Estou comovido e entristecido. Não entendo, mas essas coisas são difíceis de entender. Por isso estou profundamente comovido, entristecido e oro”, acrescentou. Questionado se existe justificativa religiosa, Francisco disse que atitudes não foram humanas. “Por isso expresso minha solidariedade para a toda a França, que tanto estimo”.

Em mensagem ao arcebispo de Paris, André Vingt­Trois, o religioso condenou fortemente a violência, que segundo ele, não pode resolver nada. Segundo o porta­voz do Vaticano, Federico Lombardi, Jorge Mario Bergoglio recebeu com tristeza a notícia dos atentados em Paris.

Francisco lembrou a aproximação do Natal, mas disse que todos os preparativos não irão refletir a verdade.

“Teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz”, afirmou.

Em um de suas homilias mais duras, ele destacou os malefícios da guerra.

“Em todo lugar existe guerra, hoje, existe ódio. O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo agora? O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, vários mortos inocentes e muito dinheiro no bolso dos traficantes de armas”, ressaltou.

Segundo ele, enquanto uns fabricam armas, outros dão a vida para ajudar os demais “como fez um ícone do nosso tempo, Teresa de Calcutá”.

“Nós fará bem também pedir a graça das lágrimas, por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras”, concluiu.

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