O teólogo alemão Hans Kueng pediu hoje aos bispos que desobedeçam ao papa Bento XVI e lutem por reformas na Igreja Católica. Ex-colega e amigo do papa, Kueng afirmou que a Igreja está envolvida em sua pior crise desde a Reforma Protestante, em razão das revelações recentes sobre abusos sexuais de sacerdotes e pela consequente perda de confiança.

continua após a publicidade

Aos 82 anos e veterano do Segundo Concílio Vaticano, Kueng escreveu, em um artigo no jornal “Sueddeutsche Zeitung”, que os bispos devem promover um novo encontro para reformar a instituição religiosa. Os bispos, considerou ele, podem legitimamente pressionar as autoridades católicas, caso o papa bloqueie suas ações. Eles não devem ser “atores sem voz nem direitos”, afirmou. O texto também foi publicado nos jornais “The New York Times” e “La Repubblica”.

O papa mencionou hoje o escândalo de abusos sexuais envolvendo membros da Igreja Católica. O pontífice disse que os cristãos devem se arrepender pelos pecados e reconhecer seus erros, segundo várias fontes. A imprensa local informou que o papa falou durante uma missa com membros da Comissão Pontificial Bíblica. O Vaticano não divulgou um texto sobre a fala do pontífice. Um porta-voz do Vaticano disse que ainda não pode confirmar os comentários.

“Devo dizer que nós, os cristãos, inclusive em tempos recentes, temos evitado com frequência a palavra ‘arrependimento’, que parece muito dura. Mas agora, sob ataque do mundo, que tem falado de nossos pecados, nos damos conta de que é necessário nos arrependermos, em outras palavras, reconhecer o que está mal em nossas vidas”, afirmou o papa, segundo a imprensa local.

continua após a publicidade