A tentativa do líder do Partido Democrático da Itália, Pier Luigi Bersani, de formar uma aliança de governo fracassou depois de o Movimento Cinco Estrelas rejeitar seu pedido de apoio.
“Nós somos unânimes na nossa posição”, afirmou Vito Crimi, senador do Movimento Cinco Estrelas, indicando que seu partido não apoiará um governo liderado por Bersani na votação de confiança no Parlamento. Crimi também afirmou que seu grupo político não vai se abster da votação para facilitar a formação de um governo por Bersani sem apoio deles.
O próprio Bersani fez declarações desanimadoras. Segundo ele, “apenas uma pessoa insana gostaria de governar este país, que está uma bagunça e enfrenta um ano difícil adiante”.
O Partido Democrático e seus aliados de esquerda tiveram uma vitória apertada nas eleições gerais realizadas na Itália em fevereiro ao obter a maioria absoluta dos assentos no Parlamento. No entanto, no Senado o partido ficou com apenas 121 dos 315 assentos, portanto precisa de cerca de 37 votos de apoio.
Em uma reunião com representantes do Movimento Cinco Estrelas nesta manhã, Bersani afirmou que nunca tentará formar uma grande coalizão com o grupo de centro-direita liderado por Silvio Berlusconi. Tal acordo seria uma paralisia no fronte político, segundo Bersani. O líder do Partido Democrático, porém, lançou a ideia de pedir suporte caso a caso no futuro, mas enfatizou que um governo precisa ser formado para a nova legislatura funcionar.
“Nós somos o resultado, não a causa dos fracassos políticos dos últimos 20 anos”, afirmou Crimi, acrescentando que seu partido, que obteve um quarto dos votos nas eleições, apoiará apenas um “governo Cinco Estrelas”.
Amanhã Bersani deverá se encontrar com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, que deu a ele a tarefa de verificar se poderia conseguir apoio da maioria do Senado. Embora alguns analistas acreditem que o presidente pode nomear um tecnocrata para o dirigir um governo bipartidário, Bersani rejeita a ideia.
Nesse cenário, a convocação de eleições antecipadas pode se tornar inevitável e realizá-las antes do verão local exigiria, por razões técnicas, que o chefe de Estado – Napolitano – renunciasse antes do fim de seu mandato, em maio. As informações são da Dow Jones.