A expectativa da volta do presidente deposto Manuel Zelaya causou ontem uma nova escalada de tensões em Honduras. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou, em visita à Bolívia, que o retorno de Zelaya era iminente e disse que o líder deposto estaria disposto “a arriscar a vida” para isso. “Zelaya disse que nas próximas horas entrará em Honduras e estamos com ele. É preciso apoiá-lo”, disse Chávez.

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Em resposta, o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, acusou países da região de “infiltrar uma grande quantidade de gente” em seu país para cometer “atos guerrilheiros”. Ele disse que 56 nicaraguenses teriam sido presos em protestos contra seu governo em Tegucigalpa e advertiu que o Exército e a polícia hondurenhos estariam preparados “para repelir tentativas de intervenção estrangeira” no país.

“Temos certeza de que o apoio estrangeiro (a Zelaya) já está dentro de Honduras”, afirmou Micheletti à rede de rádio e TV colombiana RCN. “As manifestações aqui nunca haviam sido tão violentas e além disso foram usados lemas de países da América do Sul.”

Chanceler do governo destituído, Patrícia Rodas tinha dito na quinta-feira que Zelaya poderia até já estar em Honduras e seu objetivo era estabelecer uma nova sede para sua administração, de onde ele lideraria a “batalha final contra os golpistas”. Horas mais tarde, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acusou o Exército hondurenho de ter realizado um movimento militar “impressionante” na fronteira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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