Tensão aumenta quanto a possível ataque de Israel ao Irã

Os tambores da guerra entre Israel e Irã nunca rufaram tão alto e, de Washington a Moscou, autoridades passaram a ver um ataque israelense como uma questão de “meses”. A tensão subiu ainda mais na semana passada em meio à guerra nas sombras. Aparentemente, os ataques a alvos israelenses na Índia e na Geórgia, além de um complô desbaratado na Tailândia, eram retaliações do Irã ao assassinato de seus cientistas nucleares.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, tem encampado a tese de que, quando a usina iraniana de Fordo – construída 90 metros abaixo de uma montanha perto da cidade sagrada de Qom – entrar em operação, a aviação israelense não terá mais capacidade de desferir um golpe significativo no programa iraniano. Apenas os EUA têm a tecnologia para destruir a instalação.

A partir do momento em que estocar em Fordo urânio suficiente para fazer a bomba, Teerã terá entrado no que Barak chama de “zona de imunidade” em relação a Israel. A cartada militar, então, estará apenas nas mãos dos americanos.

Diante desse cenário, o secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, considera que há uma “grande chance” de Israel atacar o Irã “em abril, maio ou junho”, escreveu David Ignatius, colunista do Washington Post. “O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu não quer que o futuro de Israel dependa dos EUA. Antes, uma matéria de capa da revista do New York Times também previra que um ataque israelense “não passará de 2012”.

“Certamente há uma urgência que não existia antes, pois ficou claro que os iranianos estão transferindo urânio para Qom”, disse ao Grupo Estado Efraim Inbar, diretor do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat. “Todos os integrantes do gabinete israelense apoiam a ideia de atacar o Irã. Uma bomba nuclear iraniana é simplesmente inaceitável para Israel. A questão é ‘quando’ atacar. Muitos ainda acham que é preciso dar tempo para as operações secretas em andamento”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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