Milhares de pessoas fugiram às pressas de áreas afetadas pelo terremoto na China que estão sob ameaça de inundação. Imagens registradas neste sábado (17) mostravam vítimas e equipes de socorro correndo para regiões mais altas de maneira caótica.

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Deslizamentos de terra provocados pelo tremor de segunda-feira bloquearam o rio Qingzhu e criaram duas represas, que registravam rápida elevação no nível da água. Se transbordarem, podem inundar uma área de 40 km de extensão. O governo determinou que 2.000 pessoas abandonassem uma vila próxima ao local.

Na cidade de Beichuan, que foi quase totalmente destruída pelo tremor, o rumor de que outra represa havia se rompido provocou pânico na população e nas equipes de resgate. Segundo relato de um jornalista da BBC que estava na cidade, a operação de retirada de uma pessoa dos escombros foi abandonada no meio, enquanto todos corriam para lugares seguros. Mesmo depois que autoridades desmentiram o rumor, muitos moradores continuaram no alto das montanhas.

O número oficial de mortos subiu para 28,9 mil, mas o governo acredita que o total de vítimas fatais chegará a 50 mil – há 198,3 mil feridos, 15,8 mil dos quais em estado grave.

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As operações de busca ganharam alento com o resgate de um turista alemão e um chinês de 52 anos que ficaram 114 e 117 horas presos sob os escombros, respectivamente. Uma mulher de 31 anos foi retirada das ruínas de uma indústria química na cidade de Shifang, 124 horas depois do terremoto.

Mas as chances de localização de pessoas vivas são cada vez menores. A grande preocupação do governo agora é evitar epidemias entre as vítimas do mais violento terremoto registrado no país em 32 anos.

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Os mortos começaram a ser enterrados em valas comuns e a população foi orientada a utilizar máscaras cirúrgicas para reduzir o risco de contaminação. Segundo o governo, 34 mil médicos e funcionários do setor de saúde trabalham na região atingida pelo tremor.

O desastre deixou cerca de 4,8 milhões de desabrigados, que estão amontoados em barracas ou tendas improvisadas, sem acesso a condições sanitárias básicas, o que eleva o risco de infecções. "Combater epidemias é a maior e mais urgente tarefa que temos agora", disse o vice-ministro da Agricultura, Wei Chao’an.