A Al-Qaeda mudou e o terrorismo assumiu uma nova face. Hoje, suas células podem estar em Londres, Sanaa ou mesmo dentro de uma base militar no Texas. São como franquias que seguem as ordens de líderes como Nasir al-Wahashy, comandante da Al-Qaeda na Península Arábica, tido como mais poderoso do que Osama bin Laden.
Recentemente, ele escreveu em uma revista islâmica um artigo aconselhando os militantes a realizar ataques mais simples, incluindo bombas improvisadas – justamente como ocorreu no fracassado atentado em um avião que aterrissaria em Detroit, nos EUA.
“Previmos que a maior parte dos ataques seria realizada por franquias jihadistas regionais, e não pelo comando da Al-Qaeda”, diz uma análise recente da consultoria de risco Eurasia, que acredita que essa tendência continue em 2010.
A descentralização do terror é resultado do uso da tecnologia. O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, responsável pelo atentado de Detroit, assistia aos vídeos do clérigo radical americano Anwar al-Awalaki no YouTube. O major Nidal Malik Hasan, que matou 13 pessoas em uma base militar no Texas, trocava e-mails com Awalaki. Ninguém precisou treinar em campos da rede terrorista.