O Taleban afirmou que vai continuar lutando para forçar a coalizão liderada pelos Estados Unidos a abandonar o Afeganistão antes do prazo estabelecido pela aliança para transferir o controle local para os afegãos. Ontem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiu em reunião em Lisboa que dará início a uma transição gradual do controle militar que será concluída até o fim de 2014. Tropas dos EUA e de outros países permanecerão no país até um pouco depois do prazo para funções de treinamento.
Zabihullah Mujahid, porta-voz do Taleban, afirmou em uma mensagem distribuída hoje por e-mail para a imprensa que a Otan será incapaz de estabelecer um governo estável no Afeganistão até a data determinada. Ele não mencionou uma oferta do presidente afegão, Hamid Karzai, para negociação de paz e uma eventual reconciliação. A oferta foi rejeitada pela liderança do Taleban.
“Minha meta é garantir que até 2014 nós tenhamos feito a transição, os afegãos estejam na liderança e nós não estejamos mais engajados em operações de combate como as em que estamos envolvidos agora”, declarou Barack Obama, presidente dos EUA, no encerramento da reunião da Otan, no sábado. “Não haverá tropas britânicas em grandes quantidades e eles não estarão envolvidos em combates”, afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Confrontos
Hoje a Otan informou que as forças internacionais e afegãs mataram cerca de 20 insurgentes – alguns deles membros do Taleban – em uma série de ataques neste fim de semana. Segundo a Otan, ao menos 10 pessoas foram mortas em um ataque aéreo contra um centro de comando do Taleban no distrito de Kajaki, em Helmand, uma província no sul do país onde a maior parte dos combates está acontecendo. Outras cinco pessoas foram mortas no distrito de Sangin.
Na reunião anual, os líderes da Otan também proclamaram “um verdadeiro novo início” nas relações com a Rússia. Eles concordaram em construir uma defesa antimíssil sobre a Europa e expressaram esperança de que o Senado dos EUA aja rapidamente para ratificar um tratado de redução de armas nucleares com a Rússia. As informações são da Associated Press.