Militantes do Taleban mataram a pedradas ontem um casal acusado de adultério no norte do Afeganistão. De acordo com a polícia, a sentença foi resultado de um caso entre um homem casado e uma mulher solteira no distrito de Dasht-e-Archi, província de Kunduz.
A mulher, Sadiqa, tinha 20 anos e estava noiva de outro homem, informou o chefe de polícia de Kunduz, general Abdul Raza Yaqoubi. Seu amante, Qayum, de 28 anos, deixou sua mulher para fugir com ela. Os dois foram encontrados na casa de um amigo cinco dias atrás, disse o chefe do governo distrital, Mohammad Ayub Aqyar.
Eles foram descobertos ontem por integrantes do Taleban e apedrejados em frente a um grupo de cerca de 150 homens, disse Aqyar. Primeiro, a mulher foi levada para fora e apedrejada, seguida pelo homem, meia hora depois, informou Aqyar, condenando a punição que, de segundo ele, foi ordenada por dois comandantes locais do Taleban. “Isto é contra todos os direitos humanos e convenções internacionais”, disse Mabubullah Sayedi, porta-voz do governo provincial. “Não houve julgamento. Foi cruel.”
A antiga prática de apedrejamento foi abolida na maioria dos países. No entanto, continua legal no Irã, por exemplo, que a justifica com base na sharia, a lei islâmica, embora ativistas de direitos humanos digam que o Alcorão não sugere o apedrejamento para casos de adultério.
No mês passado, autoridades religiosas revogaram a sentença de apedrejamento contra uma mulher condenada por supostamente participar do assassinato do marido. A pena de Sakineh Mohammadi Ashtiani – que seria a primeira mulher a ser apedrejada no Irã desde 2008 – foi revogada, após uma campanha feita por políticos, grupos de direitos humanos, diplomatas e celebridades em todo o mundo. No entanto, Sakineh ainda pode ser enforcada.