O presidente do Iraque, Jalal Talabani, pediu neste domingo uma recontagem dos votos da eleição parlamentar realizada em 7 de março, que se tornou uma disputa acirrada entre o primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, e seu antigo rival, o ex-primeiro-ministro Ayad Allawi, em meio a acusações de fraude. A eleição vai definir quem vai governar o Iraque enquanto as tropas dos EUA deixam o país.
A demanda de Talabani foi feita um dia depois de Al-Maliki parecer apoiar a ideia, ao pedir que a comissão que supervisiona as eleições responda rapidamente aos pedidos de blocos políticos por uma recontagem dos votos. No entanto, a comissão eleitoral – um organismo internacional nomeado pelo parlamento – negou os pedidos.
A contagem de votos vem sendo lenta e afetada por confusão e desordem, embora observadores internacionais tenham dito que as eleições foram limpas. A comissão pediu que os partidos políticos tenham paciência. “Não é possível que uma entidade política que acredita que possa ter havido um erro em um colégio eleitoral específico peça uma recontagem manual dos votos de toda a cidade ou de todo o Iraque”, disse o chefe da comissão, Faraj al-Haidari.
Talabani afirmou em um comunicado publicado hoje que pediu a recontagem “como presidente do Estado, autorizado a preservar a constituição e a garantir justiça e transparência absoluta”. Al-Maliki, por sua vez, emitiu um comunicado ontem à noite dizendo que fazer a recontagem “protegeria a vivência democrática e manteria a credibilidade das eleições”.
Os mais recentes resultados parciais, divulgados neste domingo, mostram que o ex-primeiro-ministro Allawi lidera a votação, com diferença de 11.346 votos, uma margem pequena. Cerca de 95% dos votos já foram contados.
No entanto, Al-Maliki ainda está vencendo em sete das 18 províncias iraquianas, o que é importante porque os assentos no parlamento de 325 membros são distribuídos com base nos resultados das eleições em cada uma das províncias.