Manifestantes contrários ao governo marcharam por Bangcoc nesta quinta-feira contra as eleições nacionais que acontecerão no domingo. O governo, por sua vez, prepara-se para intensificar a segurança com o envio de 200 mil policiais para as ruas para garantir a realização do pleito.
O líder manifestante Suthep Thaugsuban participou dos protestos numa das principais áreas comerciais da capital e pediu que seus partidários se juntassem à manifestação de domingo que pretendem desencorajar, ou até mesmo impedir, as pessoas de votar.
Suthep, que já foi vice-primeiro-ministro, prometeu derrubar a primeira-ministra Yingluck Shinawatra e suspender as eleições. Segundo ele são necessárias reformas para conter o poder de Yingluck e de seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, derrubado por um golpe militar em 2006.
Yingluck foi eleita com a maioria dos votos em 2011 e seu partido, o Pheu Thai, deve vencer as eleições de domingo porque ela continua muito popular em regiões do norte e nordeste do país, onde não devem ocorrer problemas durante o pleito. O opositor Partido Democrático, ligado a Suthep, anunciou um boicote à votação.
Os manifestantes contestam a realização das eleições antecipadas no domingo. A polícia vai colocar 200 mil policiais nas ruas em todo o país para tentar assegurar a realização tranquila das eleições, mas as ações de segurança serão concentradas na capital e nas dez províncias do sul, onde a oposição está mais concentrada.
A situação deve piorar no domingo porque a votação é um confronto simbólico entre o governo e os manifestantes, disse Yuttaporn Issarachai, cientista político da Universidade Aberta Sukhothai Thammathirat.
“Há muito em jogo para os dois lados”, disse Yuttaporn. “Se o governo conseguir encorajar uma grande quantidade de pessoas a sair para votar, será um indicativo de que a maioria das pessoas discorda da campanha de Suthep para suspender a votação.”
A eleição não deve resolver a crise política da Tailândia. Além dos protestos, que podem dificultar a contagem de votos, cerca de 28 distritos eleitorais não conseguiram registrar seus candidatos por causa de bloqueios realizados por manifestantes. Isso significa que serão eleitos menos de 95% dos ocupantes dos assentos do Parlamento, porcentual mínimo para a abertura do Legislativo.
A Comissão Eleitoral disse na terça-feira que vai realizar eleições suplementares em distritos eleitorais com problemas até que todos os 500 membros da câmara baixa do Parlamento sejam escolhidos, o que pode levar entre três e quatro meses. Fonte: Dow Jones Newswires.