Tailândia amplia estado de emergência por mais 3 meses

Em meio aos crescentes temores de distúrbios, o governo da Tailândia estendeu hoje, por mais três meses, o estado de emergência para cerca de um quarto do país. A medida ocorre apesar dos pedidos de grupos pelos direitos humanos pelo fim dessas normas. O estado de emergência, imposto em abril após grandes protestos de oposição na capital, será mantido em Bangcoc e em 18 outras províncias, de um total de 76 no país. Segundo funcionários, em cinco províncias a norma foi suspensa.

O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, disse que ainda há relatos de atividades dos “Camisas Vermelhas”, manifestantes contrários ao governo, cujos protestos em Bangcoc causaram a pior violência política na Tailândia em décadas. “O governo ainda precisa de ferramentas para garantir a paz, a ordem e a estabilidade por um tempo”, disse o premiê. Dois meses de grandes protestos contra a administração desde o meio de março resultaram em uma explosão de violência que deixou 90 mortos, a maioria civis, e quase 1.900 feridos.

As leis emergenciais proíbem reuniões públicas com mais de cinco pessoas e dão às forças de segurança o direito de prender suspeitos por 30 dias sem acusações formais. As autoridades usaram esses poderes para encarcerar centenas de suspeitos, incluindo os mais importantes líderes dos Camisas Vermelhas, e fechar canais de TV, emissoras de rádio e sites contrários ao governo.

O governo rejeitou os pedidos da oposição para que o decreto de emergência seja revogado a tempo das eleições parlamentares de 25 de julho, em Bangcoc. Um líder Camisa Vermelha detido e acusado de terrorismo concorre como candidato pelo Partido Puea Thai. “O governo usou essa lei como arma para erradicar seus rivais políticos e silenciar a mídia”, afirmou um porta-voz da sigla.

Os críticos afirmam que o governo pode estar usando a crise para censurar o protesto da oposição, que em sua maioria apoia o primeiro-ministro deposto Thaksin Shinawatra, o qual vive exilado. Ontem, o grupo pelos direitos humanos International Crisis Group demonstrou preocupação com as leis de emergência. As informações são da Dow Jones.

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