Milhares de manifestantes desafiaram uma decisão judicial para suspender o bloqueio da via que leva ao escritório do primeiro-ministro. Eles prometem permanecer no local até a renúncia do governo. É o sétimo dia seguido de protestos perto da sede do governo, no maior desafio enfrentado pelo primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva, três meses após assumir. Os manifestantes, partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, argumentam que a atual administração chegou ao poder por meios ilegítimos. Eles pedem a convocação de eleições.
Abhisit está em Londres para representar os países do Sudeste Asiático na reunião do G-20 e afirma não ter nenhuma intenção de deixar o cargo. O vice-primeiro-ministro, porém, ofereceu-se nesta quarta-feira para negociar com Thaksin, que tem falado aos manifestantes por meio de vídeo. “Nós não vamos a lugar nenhum até ganharmos”, disse o líder dos manifestantes Nattawut Sai-kua à multidão. “Devemos levar a Tailândia de volta à democracia por meio da desobediência civil.”
Nattawut disse que os manifestantes contestaram na Justiça a decisão que manda encerrar o protesto. Eles planejam marchar amanhã até o Ministério das Finanças para protestar contra a forma como o governo lida com a crise. A previsão é que a segunda maior economia do sudeste asiático se contraia 2,5% neste ano. “Nós pedimos aos manifestantes que sigam a decisão da corte”, disse o vice-primeiro-ministro Suthep Thuaksuban. “Mas nós não vamos usar a violência ou causar a violência, o que apenas levaria o país ao caos.”
Suthep se disse disposto a falar com Thaksin, para encerrar os protestos. Porém afirmou que o governo não dissolveria o Parlamento, não convocaria eleições nem concederia anistia ao ex-líder, banido da política até 2012. Thaksin foi deposto em um golpe militar em 2006, após protestos o acusarem de corrupção e abuso de poder. Porém ainda é muito popular na zona rural e mais pobre da Tailândia, que ajudou o partido aliado de Thaksin a vencer novas eleições, em 2007.