Supostos míssil norte-americano mata 13 no Paquistão

Um ataque com míssil provavelmente lançado pelos Estados Unidos matou pelo menos 13 pessoas nesta sexta-feira (7) em uma vila paquistanesa perto da fronteira com o Afeganistão, segundo funcionários do setor de segurança. É o último de uma série de investidas que, segundo o general norte-americano David Petraeus, já eliminou três líderes militantes.

O ataque aéreo cruzou a fronteira e ocorreu na vila Kam Sam, na região do Waziristão do Norte. A área é um bastião dos militantes do Taleban e da Al-Qaeda, acusados por ataques contra as tropas estrangeiras no Afeganistão e pela crescente violência no território paquistanês. Um representante do governo na região também confirmou o número de 13 mortos. Os funcionários falaram sob condição de anonimato.

Um oficial do setor de inteligência afirmou que um agente que visitou a vila informou sobre 13 supostos militantes mortos. O funcionário disse que a casa atingida pertencia a um comandante local do Taleban e as autoridades ainda investigavam quem foi de fato morto.

O ataque foi o primeiro desde que o general Petraeus assumiu o Comando Central dos EUA, em 31 de outubro. Com isso, o general tem o controle sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão. Também é a primeira iniciativa do tipo desde a eleição de Barack Obama como presidente dos EUA. No Afeganistão, Petraeus disse ontem, em entrevista, que os ataques aéreos tinham matado três “líderes extremistas” nos últimos meses.

Líderes paquistaneses pediram o fim dos ataques dos EUA a Petraeus, quando ele visitou o país no início da semana. O general disse que “levaria em conta” o pedido, mas não garantiu que os ataques parariam.

Mais ataques

Ontem, helicópteros e jatos paquistaneses mataram 17 supostos militantes e feriram dez na província de Bajur, segundo uma autoridade local. Também ontem, dois atentados suicidas mataram pelo menos 19 pessoas e feriram outras dezenas. No Vale do Swat, perto dali, um carro-bomba explodiu com um suicida perto de um posto de controle, matando pelo menos dois paramilitares e ferindo 20 pessoas.

Houve pelo menos 18 ataques com mísseis semelhantes na região desde agosto. Várias fontes acreditam que a área seja o esconderijo de Osama bin Laden e do número 2 da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.

Os ataques devem ser condenados pelos líderes civis e militares do Paquistão. Segundo as autoridades paquistanesas, a iniciativa unilateral dos EUA faz com que grande parte dos 170 milhões de paquistaneses deixe de apoiar os esforços antiterror.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna