Um suposto militante de extrema direita suicidou-se nesta quarta-feira (5), com um tiro na cabeça diante do Parlamento do Japão, em um protesto para exigir uma política externa mais dura com os vizinhos e mais apoio a um polêmico santuário no qual são homenageados japoneses mortos em guerras no passado. O homem, cuja identidade não foi revelada e aparentava cerca de 60 anos, morreu no hospital pouco depois de disparar contra sua cabeça. Ele carregava consigo uma carta de protesto endereçada ao primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, na qual pedia uma condução "firme" da política externa.
A agência de notícias Kyodo informou que a carta mencionava explicitamente a China, mas a polícia diz que o texto falava apenas em uma política externa mais dura no geral. O extremista suicida também exigia que o governo defendesse o santuário Yasukuni, informou a polícia. O santuário homenageia cerca de 2 5 milhões de japoneses mortos em guerras do passado, inclusive diversos criminosos condenados e executados depois da Segunda Guerra Mundial por crimes de guerra praticados durante a colonização japonesa do leste da Ásia, na primeira metade do século passado.
O local teve papel importante na promoção do nacionalismo japonês no período pós-guerra e ainda hoje abriga um museu no qual tenta-se justificar as invasões de outros países asiáticos pelo Japão. A China e outras vítimas da colonização japonesa criticam duramente o santuário.
De acordo com a imprensa japonesa, o homem que suicidou-se hoje aparentemente era um militante de extrema direita.
Atos violentos e muitas vezes suicidas têm sido perpetrados por ativistas de extrema direita no Japão nos últimos anos. Eles costumam agir perto de prédios públicos para divulgar suas posições nacionalistas. No mês passado, um ativista de extrema direita atirou um coquetel Molotov contra o prédio do Ministério das Relações Exteriores e cortou-se superficialmente com uma faca. Ele também levava consigo uma carta de protesto, mas a polícia não divulgou o teor.