Amanhã os sul-africanos irão às urnas pela quarta vez desde democratização, em 1994. Será a primeira eleição de uma geração pós-apartheid composta por jovens que nasceram depois da libertação de Nelson Mandela, ex-presidente que ficou 27 anos na cadeia. Dos 23 milhões de eleitores, 6,4 milhões têm entre 18 e 29 anos, quase um terço do total.
A nova geração pouco se lembra do apartheid e duvida que a eleição seja capaz de melhorar o país. Vivendo da fama conquistada pela luta contra o regime branco, Congresso Nacional Africano (CNA), partido governista, liderado por Jacob Zuma, deve vencer com facilidade.
Contudo, o voto dos jovens será um teste para o movimento de libertação mais antigo da África, que precisa mostrar serviço se quiser ter vida longa à frente do país.
Aos 67 anos, Zuma apelou para os jovens em seu último comício realizado em Johannesburgo, mas a retórica revolucionária e o lema de Zuma, “Umshini wami” (“tragam-me a metralhadora”), não atraem esse eleitorado.
O que a juventude sul-africana gostaria de ouvir são os planos de Zuma para garantir um futuro livre da criminalidade, da pobreza e da aids, problemas que o CNA não conseguiu resolver. Milhões de sul-africanos negros e pobres ainda moram em favelas e o país tem uma das taxas de criminalidade mais altas do mundo.