Um amigo do suicida Humam Khalil Abu-Mulal al-Balawi, de 32 anos, responsável pelo pior ataque já sofrido pela CIA, disse que o terrorista mentiu a familiares sobre seu destino. Segundo Mohammed Yousef, amigo de escola, Al-Balawi disse a todos, em março de 2009, que estava a caminho da Turquia para encontrar a esposa e duas filhas, além de fazer um curso de medicina. Mas, ao invés disso, ele foi para o Afeganistão se juntar à Al-Qaeda.
“Ele enganou todos nós quando afirmou que voltaria à Turquia para seguir um curso de medicina, mas embarcou numa missão suicida,” disse hoje um parente de Al-Balawi na Jordânia, sob anonimato. A família recebeu instruções do governo jordaniano para não falar com a imprensa.
O suicida matou oito pessoas – sete funcionários da CIA e um jordaniano – em uma base da CIA no Afeganistão. Ele havia sido convidado a ir a Camp Chapman, uma base avançada de alta segurança na província de Khost, na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, porque afirmara ter informações urgentes para localizar um terrorista considerado o braço direito de Osama bin Laden.
Perfil
De acordo com família e amigos, Al-Balawi foi médico numa clínica em um campo de refugiados palestinos perto de Zarqa. Nascido em 1977, no Kuwait, ele viveu no país do golfo até a invasão iraquiana de 1990. Então a família se mudou para a Jordânia. Ele estudou em Amã e depois na Turquia, onde se casou com uma jornalista turca.
Segundo funcionários da inteligência dos Estados Unidos, que falaram sob condição de anonimato, o suicida foi detido mais de um ano atrás pela inteligência jordaniana. Acreditava-se que ele foi persuadido a apoiar os esforços norte-americanos e jordanianos contra a Al-Qaeda, segundo reportagem da “NBC”.