A Suíça usou dados da Justiça brasileira para investigar a fraude na Parmalat que, há quatro anos, resultou em um dos maiores escândalos financeiros da Europa. Na quinta-feira (13), em Parma, a Justiça italiana abre o principal processo contra os ex-dirigentes da empresa. No total, 55 executivos estarão no banco dos réus. A pena pode chegar a 15 anos de prisão.
Segundo o Ministério Público suíço, há a suspeita de que o Brasil tenha sido usado pelos ex-executivos como um dos canais para fraudar a empresa. Por isso, os dados foram solicitados. Agora, Berna garante que enviou o resultado de suas investigações aos italianos, que, a partir de amanhã, devem usar as informações para tentar obter a condenação dos executivos. Os suíços confirmaram também que as investigações feitas no país também foram enviadas ao Ministério Público brasileiro.
O escândalo revelou um rombo de 14 bilhões de euros (equivalentes, hoje, a cerca de R$ 36 bilhões) na empresa, que, na época, empregava 36 mil pessoas, possuía time de futebol, agências de viagem e vários outros negócios além da companhia de alimentos. Entre os acusados em Parma estarão o fundador do grupo, Calisto Tanzi, e o ex-diretor financeiro Fausto Tona. Vários banqueiros também foram acusados.