Os suecos votaram para um novo parlamento neste domingo com as urnas revelando que o governo de centro-direita deve ganhar um histórico segundo período ao menos que o grupo de extrema direita atinja uma maioria. O primeiro ministro Fredrik Reinfeldt e sua coalizão de centro-direita foram impulsionados por corte de impostos e finanças públicas saudáveis, que se destacam diante de uma Europa assolada por dívidas. As urnas sugerem uma vitória clara sobre a oposição social democrata. Isto deve marcar uma mudança de tendência na política sueca. Nenhum governo de centro-direita conseguiu ser reeleito em um país dominado pelos sociais democratas de esquerda desde os anos 30.
A maioria parlamentar de Reinfeldt está, contudo, sob ameaça dos democratas suecos, um pequeno partido contrario a imigração que deve atuar como curinga na formação do novo parlamento de 349 legisladores. Os democratas suecos querem cortes expressivos nas taxas de imigração e afirmam que o islamismo sueco é a maior ameaça desde a Segunda Guerra Mundial. Eles procuram pelos primeiros assentos no Parlamento.
As últimas pesquisas realizadas antes da eleição apontam que a maioria de Reinfeldt é garantida por um único assento. Mas o aumento do apoio para a extrema direita pode criar um parlamento de coalizão, já que os dois blocos descartaram governar com os democratas suecos. “Nós pedimos para o povo sueco para que sejam conscientes e responsáveis e vote claramente para a possibilidade de continuar com um governo majoritário”, disse Reinfeldt.
Grandes ondas de imigração dos Bálcãs , do Iraque e do Irã mudaram a demografia do país escandinavo, onde um em cada sete residentes é estrangeiro. Os Democratas suecos dizem que a imigração se tornou um peso econômico que suga o sistema de saúde e bem estar. Pesquisas apontam, contudo, que os eleitores suecos estão mais preocupados com o desemprego – que atingiu 8,5% em julho – a economia e o meio ambiente que com a imigração.
A coalizão de Reinfeldt expulsou os sociais democratas em 2006 e manteve suas promessas de reduzir impostos e também os benefícios. A economia sueca, amparada na exportação, deve crescer mais de 4% este ano enquanto seu orçamento para 2010 deve ser um dos menores da União Europeia.
Depois de dominar a política sueca por décadas, os sociais democratas caíram para um recorde de baixa de 35% de participação na eleição anterior e foi forçado a se unir com os partidos Verde e outros partidos de esquerda pequenos para ter chance de retomar o poder.
A autoridade eleitoral informou que um recorde de 2,2 milhões de suecos votaram antecipadamente antes da eleição de domingo, sugerindo um comparecimento elevado. Existem 7,1 milhões de eleitores registrados na Suécia. As informações são da AP.