Sudão marca referendo sobre futuro de Darfur para 1º/7

O governo do Sudão promoverá em 1º de julho um referendo sobre o futuro político da conturbada região de Darfur, no oeste de seu território, anunciou neste domingo a Comissão Eleitoral do país africano.

“A Comissão Eleitoral Nacional trabalhará com vista a concluir o procedimento administrativo do referendo para determinar a situação permanente de Darfur até 1º de julho de 2011, com a votação transcorrendo num período de dois dias”, informou o organismo por meio de nota.

A votação determinará se Darfur receberá status de região, como detinha até 1994, ou se manterá status de estado. Os rebeldes de Darfur defendem o status de região, o que acarretaria em maior grau de autonomia.

O governo informou que promoverá o referendo em respeito ao acordo de paz de Abuja, assinado em 2006, mas grupos rebeldes têm alertado contra eventuais ações unilaterais por parte de Cartum.

De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 300.000 pessoas morreram e cerca de 2,7 milhões foram obrigadas a fugir por conta do conflito em Darfur. O governo do Sudão qualifica as estimativas como exageradas.

A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e rebelaram-se contra o governo sudanês. As tribos africanas queixam-se de décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou então uma contrainsurgência durante a qual uma milícia árabe pró-Cartum cometeu atrocidades contra a comunidade africana.

Debate-se há anos se o conflito entre o governo sudanês, dominado por árabes, e os rebeldes de etnias africanas em Darfur pode ou não ser qualificado como genocídio. Barack Obama e seu antecessor, George W. Bush, referem-se à situação como tal, mas a Organização das Nações Unidas (ONU), não. As informações são da Dow Jones.

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