Uma autoridade militar do Sudão do Sul disse hoje que rebeldes apoiados pelo Sudão atacaram uma cidade da fronteira disputada entre os dois países. O porta-voz militar do Sudão do Sul, coronel Philip Aguer, disse que o ataque de ontem ocorreu próximo de Malakal, uma das capitais estaduais do país africano.
Ele afirmou que as tropas do sul expulsaram os rebeldes, capturaram três deles, e apreendeu um caminhão pertencente ao exército sudanês, mas não informou o número de mortos. O ataque é o último de uma série de conflitos na fronteira com o Sudão do Sul, com cada lado dizendo que sofre agressão do outro. O sul conquistou a independência do norte no ano passado, mas tem questões não resolvidas relacionadas com o petróleo.
Enquanto isso, a agência estatal de notícias do Sudão informou que o exército do país prendeu três estrangeiros e um soldado do Sudão do Sul numa região disputada na fronteira. Segundo a agência, os quatro estavam envolvidos em atividades “suspeitas” na região de Heglig, mas não deu detalhes. O ministro da Informação do Sudão, Abdullah Massar, disse os detidos são de nacionalidades britânica, norueguesa e sul-africana. Além disso, afirmou que eles estão sendo interrogados.
Mais cedo, o Sudão informou ter rejeitado o envolvimento do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nos esforços para acabar com os confrontos na fronteira com o Sudão do Sul, que despertam temores de uma guerra maior. “O Sudão confirma que rejeitou qualquer esforço para perturbar o papel da União Africana e levar a situação entre o Sudão e o Sudão do Sul ao Conselho de Segurança da ONU”, disse o ministro de relações exteriores Ali Karti, em comunicado.
A própria União Africana, em decisão tomada na terça-feira, pediu ao Conselho de Segurança que endossasse sua demanda para que os dois Sudões interrompessem as hostilidades em 48 horas, iniciassem o diálogo em duas semanas e concluíssem um acordo de paz em três meses. Mas Karti – que expressou plena confiança no papel da União Africana – disse que o envolvimento do Conselho de Segurança “daria prioridade a uma posição política que foi anunciada antes e tem uma agenda secreta”. Ele não detalhou esse comentário. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.