O governo do Sudão e alguns grupos rebeldes de Darfur assinaram hoje um cessar-fogo, a segunda medida deste tipo em menos de um mês com uma importante facção, o que abre caminho para negociações políticas antes de um amplo acordo de paz. A trégua foi assinada pelo representante do governo sudanês Ghazi Salah Eddin Atabani e por Al-Tijani Al-Sissi, líder do Movimento Liberação e Justiça, uma organização que inclui vários grupos rebeldes pequenos de Darfur que recentemente se uniram para negociar com o governo.
“Estamos muito perto de alcançar a paz agora e esta é a hora de todos os lados se comprometerem com o desenvolvimento do processo”, disse o príncipe do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, cujo país mediou as conversações. O vice-presidente do Sudão, Ali Osman Taha, que compareceu à cerimônia de assinatura, prometeu que seu governo estará completamente comprometido em levar adiante as conversações políticas para que um acordo de paz final seja alcançado.
O acordo ocorreu menos de um mês depois do o governo sudanês ter assinado um pacto semelhante em Doha com o mais poderoso grupo rebelde, o Movimento pela Justiça e Igualdade.
Numa dispendiosa cerimônia de assinatura, o primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad Bin Jassem Al Thani, disse que a assinatura do cessar-fogo foi feita com o conhecimento do Movimento pela Justiça e Igualdade e que o Catar havia aceitado a mediação com o amplo apoio da Liga Árabe.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 300 mil pessoas morreram e que 2,7 milhões tenham sido desalojadas desde que integrantes de tribos africanas da vasta e árida região oeste de Darfur pegaram em armas contra o governo central, dominado pelos árabes, reclamando de discriminação, falta de representação política e negligência.