Partidos de oposição no Sudão acusam os Estados Unidos de apoiar as eleições no país, apesar das fraudes que favorecem o governo. Também nesta segunda-feira, funcionários do governo anunciaram que o período eleitoral foi estendido por dois dias após as reclamações sobre a existência de problemas em seções eleitorais.

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As primeiras eleições multipartidárias do Sudão em quase 25 anos são parte de um acordo de paz de 2005 que encerrou 21 anos de uma sangrenta guerra civil entre o sul e o norte do país e tem como objetivo dar ao país um governo eleito democraticamente, além de preparar o Sudão para um referendo, no ano que vem, sobre o status do sul.

Partidos políticos e observadores, porém, têm criticado as eleições desde antes de elas começarem, afirmando que os processo é cheio de falhas além de fortemente controlado pelo partido governante, liderado pelo presidente Omar al-Bashir, que é acusado por crimes de guerra relativos ao conflito na região de Darfur, região oeste do país.

Os Estados Unidos são um dos principais patrocinadores do acordo de paz entre o norte e o sul e têm estado fortemente envolvido com as negociações para a realização da eleição e do referendo. Um grupo de partidos opositores que boicotou o pleito acusou os Estados Unidos de apoiar as eleições fraudulentas em troca da permissão do governo para o referendo e a eventual secessão do sul.

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Monitores sudaneses dizem que a votação sequer começou em algumas partes do país, particularmente no empobrecido sul. Há relatos de que algumas seções eleitorais foram transferidas sem aviso, registros de eleitores e outros equipamentos importantes desapareceram e observadores não receberam permissão para acompanhar o processo.

Numa aparente resposta, a comissão eleitoral anunciou a prorrogação de dois dias do período para votar para resolver esses problemas. Os eleitores poderão votar até terça-feira. Além do presidente, os sudaneses vão eleger a Assembleia Nacional, governos locais e Parlamentos, além do presidente do governo semiautônomo do sul do Sudão.

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Apesar dos boicotes, mais de 14 mil candidatos de 73 partidos participam da eleição. A maioria dos 16 milhões de eleitores sudaneses, especialmente no sul, nunca participaram de uma eleição multipartidária antes.