SPVS festeja trabalho de preservação

A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) está comemorando o sucesso de um trabalho desenvolvido no Paraná em prol da preservação do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), uma espécie endêmica da Mata Atlântica, que é vista do sul do litoral de São Paulo ao norte do litoral de Santa Catarina, e está ameaçada de extinção.

Ao longo dos últimos três anos, a entidade vem trabalhando na instalação de ninhos artificiais na região de Ilha Rasa, em Guaraqueçaba, no litoral paranaense. Os ninhos são feitos de madeira, têm sessenta centímetros de altura e uma porta de entrada em formato de túnel.

"Realizamos o monitoramento do papagaio-de-cara-roxa no litoral do Paraná desde 1998. Em Ilha Rasa, notamos que há um intenso corte de árvores e, como os papagaios costumam fazer ninhos nos troncos das mesmas, isto vem afetando a reprodução dos animais", comenta o biólogo e pesquisador da SPVS, Roberto Boçon.

As aves não constróem ninhos, utilizando os já existentes. Como estes vão sumindo com a retirada das árvores, os ninhos artificiais acabam substituindo os naturais. No momento, existem cinqüenta construções artificiais presentes na região de Ilha Rasa. Elas são monitoradas periodicamente, junto com outras 81 naturais.

De outubro do ano passado (quando teve início a época reprodutiva do papagaio-de-cara-roxa) até agora, foi constatado que 23 ninhos artificiais estavam sendo utilizados. Neles, já nasceram quarenta filhotes, sendo que 23 sobreviveram. Em relação aos 81 ninhos naturais, 48 estão sendo utilizados, sendo verificados 49 nascimentos, com 25 sobrevivências.

"Como o período reprodutivo vai até março, acreditamos que estes números devem aumentar nas próximas semanas. A todo momento estamos verificando as condições dos filhotes nos ninhos", revela Roberto.

Atualmente, a população estimada de papagaios-de-cara-roxa do sul de São Paulo ao norte de Santa Catarina é de 6.700 indivíduos, sendo 4.900 só no Paraná. Além da destruição da Mata Atlântica, uma grande ameaça à espécie é o tráfico de animais silvestres. Muitas vezes, os pássaros são retirados ainda pequenos dos ninhos para serem vendidos em beiras de estradas ou mesmo levados para países estrangeiros. Poucos sobrevivem.

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