Berlim, 24 (AE) – O líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, anunciou neste domingo em Berlim, que não oferecerá à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, a possibilidade de uma nova “grande coalizão” com o Partido Democrata-Cristão (CDU). A decisão deixa a atual chefe de governo com apenas uma opção de aliança para governar o país pela quarta vez, reunindo o Partido Liberal-Democrata (FDP, centro-direita) e o Partido Verde (centro-esquerda).

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A decisão de Schulz foi anunciada em seu primeiro discurso após o fechamento das urnas. Na oportunidade o líder do SPD, ex-presidente do Parlamento Europeu, reconheceu a derrota, na qual o partido deve ter o pior resultado de sua história: em torno de 20% dos votos. “Este é um dia difícil e amargo para a social-democracia na Alemanha. Não atingimos os nossos objetivos “, admitiu Schulz, anunciando porém a intenção de continuar à frente do partido para liderar sua reforma interna. “Atingimos menos eleitores do que estávamos esperando, mas os que vieram podem acreditar que vamos perseguir os nossos objetivos.”

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Schulz anunciou ainda que não aceitará um novo convite para renovar a “grande coalizão ” entre CDU e SPD, com a qual Merkel pôde governar ao longo de seu primeiro e de seu terceiro mandatos. Segundo o social-democrata, o partido não pode permitir que a Alternativa para a Alemanha (AfD), movimento de extrema direita, seja o líder da oposição ao governo no Parlamento. “Nós somos a oposição democrática. Vamos usar o tempo para nos reposicionar e nos reorganizar mais uma vez”, anunciou. “Nessa noite, a cooperação entre o SPD e o CDU está chegando ao final. A grande coalizão perdeu votos, perdeu suporte, e há uma maioria possível e viável para a formação de uma ‘coalizão Jamaica’.”

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A “coalizão Jamaica”, uma alusão às cores do CDU, do Partido Verde e do FDP, é assim a única opção de Angela Merkel para governar em um quarto mandato. (Andrei Netto, enviado especial)