O Parlamento da Somália ratificou neste domingo no cargo de primeiro-ministro um norte-americano de origem somali, mas vieram à tona dúvidas quanto à capacidade de Mohamed Abdullahi Mohamed conseguir melhorar a situação de um país assolado pela guerra e pelas ações de rebeldes islâmicos vinculados à rede extremista Al-Qaeda. A expectativa é de que Mohamed, que foi professor em uma escola comunitária em Nova York, nomeie nas próximas semanas os integrantes de seu futuro gabinete de governo.
O governo somali controla somente uma pequena porção de Mogadiscio, a capital do país. Desde o início de 2004, o governo conseguiu escassos avanços, mas fora da capital seu poder é pouco ou nulo. A Somália não possui governo central há quase duas décadas.
“A Somália não é os Estados Unidos”, disse à Associated Press Amina Mur, mãe de sete filhos, em referência ao período em que o atual primeiro-ministro viveu nos Estados Unidos. “Assim como muitos somalis que vieram do exterior, de países ocidentais, depois do colapso do governo em 1991 e que hoje são parlamentares ou autoridades, ele desconhece a difícil situação do país e não poderá liderar um gabinete eficaz no estabelecimento de um plano de segurança integral”, opina ela, em tom pessimista.
Mohamed foi indicado para o posto de primeiro-ministro pelo presidente xeque Sharif Sheik Ahmed em 14 de outubro, mas a votação pelo Parlamento foi adiada em diversas ocasiões por falta de acordo entre o executivo e o legislativo sobre como realizar a votação.
O presidente queria voto por aclamação, enquanto os líderes do Parlamento defendiam o voto secreto. Hoje, por aclamação, os parlamentares somalis aprovaram o novo primeiro-ministro por 297 votos a favor e 92 contra. As informações são da Associated Press.