Na semana em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, compareceu a várias solenidades que marcaram o fim simbólico da guerra no Iraque, boa parte do contingente americano desembarcou na base de Forte Bliss, em El Paso, no Texas, para um reencontro emocionado com as famílias após um ano no front iraquiano.
“Nunca nos disseram quanto tempo ficaríamos no Iraque, mas calculávamos um ano, pelo menos. Fiquei sabendo da retirada pelos jornais”, afirmou o tenente Rolando Mancha, de 37 anos, enquanto esperava as instruções para se reencontrar com a mulher, Robin, e os filhos Sofia, de 2 anos, e Samuel, de 1 ano. “Meu filho acha que o pai é um laptop”, disse Robin à reportagem.
Com 12 anos de vida militar, Mancha tornou-se mais um veterano convencido de ter feito “algo bom para o povo do Iraque”. “Não foi tranquilo para nós. Mas nada para o qual não estivéssemos preparados”, afirmou.
Com três sonoros golpes em uma porta, os 300 militares da 1.ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA – famosa por ter sido a primeira tropa americana a combater na 2.ª Guerra – pediram permissão para entrar no principal refeitório do Forte Bliss. Marcharam entre jatos de fumaça de gelo seco, música, gritos e aplausos de seus parentes até se dispersarem entre os inúmeros abraços.
A retirada dos militares dos EUA do Iraque termina com quase nove anos de um conflito que tem razões e custos ainda questionáveis. Ali, morreram 4.484 militares americanos e 318 de países aliados. Outros 32,2 mil foram feridos em combate. Aos cofres públicos, a guerra do Iraque custou US$ 1,257 trilhão. Para os iraquianos, as perdas são ainda maiores: 115,5 mil civis morreram no conflito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.