Um soldado jordaniano que matou sete estudantes israelenses a tiros em 1997 foi libertado neste domingo depois de cumprir 20 anos de prisão. Ahmed Daqamseh abriu fogo contra as alunas da oitava série que estavam em uma viagem de escola ao pitoresco posto de fronteira “Ilha da Paz”, matando sete meninas e ferindo outras sete. Mais tarde, um tribunal jordaniano considerou Daqamseh mentalmente instável e o condenou à prisão perpétua.
Daqamseh chegou antes do amanhecer de domingo a sua aldeia natal, Ibdir, no norte da Jordânia. Um vídeo amador postado online mostrou Daqamseh cercado por homens cantando e dançando, alguns beijando-o na bochecha.
A Jordânia havia anunciado há vários dias que Daqamseh seria solto nesta semana, depois de completar a sua pena. Na Jordânia, a prisão perpétua não tem duração aberta, e os prisioneiros podem ser libertados após 20 anos.
Não houve uma reação imediata do governo israelense neste domingo. Em 2011, Israel convocou o embaixador da Jordânia para expressar indignação depois que o então ministro da Justiça do reino pediu a libertação antecipada de Daqamseh.
Depois do ataque a tiros, o rei Hussein da Jordânia, o falecido pai do atual rei, Abdullah II, viajou para Israel e fez visitas de condolências às famílias das meninas, um gesto que emocionou muitos israelenses na época. As meninas eram da cidade de Beit Shemesh no centro de Israel.
O ataque de 1997 ocorreu três anos depois que Israel e a Jordânia assinaram um tratado de paz. Os dois países têm cooperação estreita em assuntos de segurança, inclusive na batalha contra o extremismo islâmico, mas o tratado de paz continua sendo amplamente impopular na Jordânia, onde muitos moradores têm raízes palestinas. Fonte: Associated Press.