Sobrinho de Mousavi é morto em protesto, diz assessor

Forças de segurança do Irã atiraram hoje em manifestantes que protestavam na capital Teerã contra o governo e mataram pelo menos quatro pessoas, segundo testemunhas e sites da oposição, em um dos confrontos mais sangrentos já registrados no país nos últimos meses. Ali Mousavi, sobrinho do líder da oposição iraniana, Mir Hossein Mousavi, estava entre as vítimas do embate entre manifestantes e policiais, de acordo com um assessor do político.

Supostas imagens de cinegrafistas amadores disponibilizadas em sites da oposição mostram uma multidão no centro de Teerã carregando um dos mortos durante o confronto e gritando “vou matar, vou matar aquele que matou o meu irmão”. As cenas também mostram os manifestantes lutando contra as forças de segurança, atirando pedras e ateando fogo em veículos.

A manifestação começou com diversos oposicionistas pedindo “morte ao ditador”, referindo-se ao presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, durante uma passeata que desafiou avisos do governo de repressão a qualquer protesto que fosse realizado durante o dia de Ashura – feriado religioso islâmico. Os líderes da oposição passaram a utilizar recentemente feriados e outros dias simbólicos para organizar marchas contra o governo.

Os policiais tentaram dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo e tiros para o alto, até que atiraram diretamente nos participantes do protesto, matando pelo menos três pessoas, afirmaram testemunhas e o site pró-reforma Rah-e-Sabz. O quarto manifestante foi morto em uma rua próxima, acrescentaram. Cerca de 25 pessoas ficaram feridas, algumas delas gravemente. Também houve protestos e confrontos em outras três cidades: Isfahan e Najafabad, na região central do Irã, e em Shiraz, no sul.

Os incidentes marcam os embates mais violentos entre a população e as forças de segurança iranianas desde os protestos ocorridos após o anúncio do resultado da eleição presidencial no Irã. A oposição afirma que a vitória de Ahmadinejad é uma fraude e que Mir Hossein Mousavi foi o verdadeiro vencedor do pleito.

O chefe de polícia de Teerã negou que as forças de segurança tenham atirado nos manifestantes e negou também que eles estivessem armados. “Nenhuma informação sobre mortos foi trazida à polícia”, disse Azizollah Rajabzadeh, segundo a agência de notícias Isna. “Ninguém foi morto. A polícia não abriu fogo e os oficiais presentes ao local não carregavam armas.”

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