Sobe para 378 o total de mortos em tumulto no Camboja

O número de mortos por um corre-corre em um festival no Camboja subiu hoje para 378. Há ainda centenas de feridos no incidente ocorrido ontem na capital do país, Phnom Penh, durante um festival das águas.

O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, qualificou o incidente como “a pior tragédia que enfrentamos nos últimos 31 anos, desde o colapso do regime do Khmer Vermelho”. O premiê se referiu ao movimento comunista do Khmer Vermelho, cujas políticas radicais foram responsáveis pela morte de 1,7 milhão de pessoas na década de 1970.

O festival celebrava o fim da temporada de chuvas no país. No entanto, houve um corre-corre causado pelo pânico e muitas pessoas morreram pisoteadas ou afogadas em um rio próximo. A busca por corpos no rio Bassac continua hoje. Não está ainda claro o que causou o corre-corre. A polícia e testemunhas disseram que a ponte estreita era um acesso inadequado para a ilha onde ocorria a festa.

Um porta-voz do governo citou ontem que havia 755 feridos confirmados. Esse não era o balanço final, segundo ele. De acordo com as autoridades, não havia estrangeiros entre os mortos e feridos.

O primeiro-ministro decretou que esta terça-feira será um dia nacional de luto no Camboja. Segundo ele, cada família receberá 5 milhões de riels (US$ 1.250) por cada vítima para as despesas com funeral. Além disso, cada ferido receberá o equivalente a US$ 250.

O chefe de polícia da cidade, Touch Naroth, disse hoje que investigadores ainda tentam determinar a causa da tragédia. Ele sugeriu que o tamanho pequeno da ponte pode ter contribuído para a tragédia. “Isso é uma lição para nós”, afirmou ele na TV estatal.

As autoridades cambojanas estimam que quase 2 milhões de pessoas tenham se dirigido à capital, Phnom Penh, para o festival de três dias em homenagens às águas. A principal atração do festejo é uma regata tradicional no rio Tonle Sap. A regata foi feita com sucesso na tarde de ontem.

O Camboja é um dos países mais pobres da região, com um sistema de saúde ruim e os hospitais praticamente sem conseguir lidar com os casos cotidianos. O premiê Hun Sen pediu que os investidores estrangeiros e os turistas não se afastem do país por causa do acidente. As informações são da Associated Press.

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