A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta quarta-feira (26) que 50 mortes por cólera foram registradas no Zimbábue apenas ontem. Com isso, subiu para 366 o número de mortos pela doença desde agosto, a maioria deles nas duas últimas semanas. Entidades humanitárias afirmam que centenas de pessoas morrem em suas casas e não são registradas.
Apenas no hospital da cidade sul-africana de Musina, fronteiriça com o Zimbábue, chegaram perto de 200 zimbabuanos com cólera nos últimos 15 dias. Três dos doentes morreram. Com os graves problemas do sistema de saúde zimbabuano, fugir para outro país torna-se uma chance para os doentes terem melhor tratamento.
O cólera é uma doença gastrointestinal transmitida por meio de água contaminada, relacionada a condições precárias de higiene, à superpopulação e à falta de saneamento adequado. A doença pode ser tratada com relativa facilidade, mas provoca muitas mortes em países pobres.
O Zimbábue vive uma situação de limbo político há quase um ano. O presidente Robert Mugabe, que lidera o país desde a independência, em 1980, e o líder oposicionista, Morgan Tsvangirai, concordaram em setembro com um acordo para dividir o poder. Porém, desde então, não conseguem chegar a um pacto para repartirem os postos do gabinete.
Centenas de milhares de zimbabuanos vivem ilegalmente na África do Sul. Muitos deles foram alvo de ataques xenófobos neste ano, por sul-africanos que vinculavam seus problemas com moradia e falta de emprego aos estrangeiros. Sessenta e duas pessoas morreram e milhares tiveram que fugir de suas casas. As autoridades alertam que o problema pode recomeçar, caso haja uma grande epidemia de cólera no país.