Sobe para 13 número de mortos em repressão na Síria

As forças de segurança da Síria mataram a tiros pelo menos 13 manifestantes hoje na cidade de Deraa, no sul do país, onde milhares de pessoas realizaram protestos pela democracia, após as preces do dia semanal sagrado muçulmano, segundo um ativista. As autoridades disseram que duas pessoas morreram. Outra testemunha disse à Associated Press ter contado pelo menos 13 corpos num hospital municipal.

O ativista, que pediu para não ter o nome revelado, disse à agência France Presse por telefone que 13 pessoas foram mortas quando as forças de segurança abriram fogo com balas de borracha e de verdade, para dispersar manifestantes que jogavam pedras. Segundo ele, “milhares de manifestantes deixando três mesquitas marcharam até o tribunal, mas as forças de segurança vestidas à paisana dispararam gás lacrimogêneo para dispersá-las”. Em seguida, os manifestantes começaram a jogar pedras e o confronto piorou, inclusive com o uso de munição de verdade pelos policiais.

O ativista disse que o número de mortos pode ser maior, embora ele tenha conseguido confirmar as identidades de sete pessoas até agora. Irritados com as mortes, os manifestantes atearam fogo à sede do partido Baath em Deraa, disse ele.

A televisão estatal disse que “sabotadores e conspiradores abriram fogo contra moradores e forças de segurança” na cidade, matando duas pessoas, um oficial e um homem que trabalhava numa ambulância. A agência oficial de notícias Sana disse que dezenas de civis e integrantes das forças de segurança foram feridos.

Milhares de pessoas também marcharam hoje em cinco cidades do norte da Síria, principalmente em Hassake e Ammuda, que são predominantemente curdas. Elas pediam o fim do estado de emergência e a libertação dos prisioneiros, informou outro ativista. “Mais de 3 mil pessoas, curdos, árabes e assírios (cristãos) participaram de uma manifestação em Qamishli após as orações desta sexta-feira antes de se sentarem na via principal”, informou o ativista curdo Radif Mustafa à AFP.

“Havia 2 mil manifestantes curdos em Ammuda, 1.500 em Deirbassiye e centenas em Hassake e em outros dois distritos, pedindo a libertação de 200 prisioneiros curdos e a abolição da lei de emergência”, disse o ativista. Os manifestantes gritavam “Deus, Síria e liberdade”, e “Nem árabes, nem curdos, unidade nacional”, afirmou Mustafa.

As manifestações ocorreram um dia depois de o presidente Bashar al-Assad ter concedido a cidadania a milhares de curdos que tiveram o direito negado por quase meio século, em razão de um controverso censo. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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