Subiu para 10 o total de mortos durante o confronto entre tropas do governo e manifestantes hoje, na Tailândia. Duas vítimas eram soldados, informou o governo. Pelo menos 125 pessoas ficaram feridas no segundo dia seguido de violência.

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Soldados tailandeses abriram fogo contra manifestantes contrários ao governo, que revidaram com coquetéis molotov e foguetes caseiros. O Exército está tentando retirar os manifestantes das ruas, e as tropas usaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e balas de verdade contra manifestantes, que incendiaram um ônibus.

Explosões de bombas e o som de troca de tiros foram ouvidos nos principais cruzamentos do bairro comercial. Emissoras locais de televisão informaram que várias granadas atingiram um shopping center e uma estação elevada de trem. Nuvens de fumaça preta subiam das ruas vazias.

Com a deterioração da segurança e as expectativas de uma solução pacífica cada vez mais improvável, o país aliado dos Estados Unidos e que é a segunda maior economia do sudeste da Ásia, caminha para a instabilidade por causa da crise política que já dura dois meses. Além de ameaçar a economia, a crise já afeta a indústria do turismo.

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Disputa

Os manifestantes, conhecidos como Camisas Vermelhas, iniciaram sua campanha para depôr o governo em março, dizendo que os atuais governantes chegaram ao poder de forma ilegítima e que são indiferentes aos pobres.

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Desde então, vários episódios de violência resultaram na morte de 37 pessoas e deixaram mais de 1.400 feridas. Os manifestantes pediram que o rei Bhumibol Adulyadej, de 82 anos, encerre seu longo silêncio sobre o caso e intervenha, mas nenhuma palavra do adoecido monarca foi ouvida.

A violência aumentou depois que um ex-general do Exército, considerado como um conselheiro militar dos Camisas Vermelhas, foi alvejado na cabeça na noite de quinta-feira, possivelmente por um franco atirador.

O major-general Khattiya Sawasdiphol foi atingido quando conversava com jornalistas estrangeiros. Um médico disse que Sawasdiphol ainda continuava em coma nesta sexta-feira e poderia “morrer a qualquer momento”.

Ao cair da noite, líderes dos Camisas Vermelhas lideraram seus seguidores em preces budistas e pediram que voluntários trouxessem mais pneus para suas barricadas. “A morte não pode nos impedir de continuar nossa luta”, disse Jatuporn Prompan, um líder manifestante.