Hoje, dia 30 de março de 2007. Noemi e Pedro, minha filha e genro devem regressar, de viagem. Então saí cedo buscar pãozinho fresco para o café, pois não sei a que horas eles irão chegar. Com os apagões nos aeroportos brasileiros, a dúvida é atroz… De qualquer maneira, algumas frutas e os pãezinhos estão à espera deles, no apartamento deles mesmos, pois somos vizinhos.

continua após a publicidade

Apenas uma freguesa na minha frente, no balcão ?dos pão?. O jeito foi esperar… Fiquei de olho em quatro pãezinhos dourados enquanto esperava. Chegou um senhor muito impaciente, com uma lista de compras e que olhava e olhava para o seu relógio de pulso. Não, ele não esperou, serviu-se ele mesmo, depois alcançou o pacote para a funcionária pesar e pronto! Lá se foram com ele os meus pãezinhos dourados… Terminei as minhas comprinhas, paguei e, quando saía, o tal sujeito impaciente ficou a apenas dois passos atrás de mim. No estacionamento dos automóveis vi um carro talvez dos anos 70, sujo e arrebentado. Um pensamento chegou rápido: Será que é dele? É, era do apressadinho mesmo, que, como se tivesse lido meus pensamentos, me olhou com muita raiva!!

Margarita Wasserman – Escritora e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

continua após a publicidade