Os rebeldes islâmicos e as forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão já mataram mais de 1.400 civis ao longo dos últimos oito meses no país asiático, revelam dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Organização das Nações Unidas (ONU). A missão da ONU no país registrou a morte de 1.445 civis entre janeiro e o fim de agosto deste ano, o que significa 40% mais mortes ante o mesmo período de 2007, quando foram registradas 1.040 mortes de civis.
De acordo com a entidade, ao todo, 800 civis foram mortos pela milícia fundamentalista islâmica Taleban e por outros grupos rebeldes, o que representa 55% do total. Das outras 645 mortes, 395 (ou 33%) ocorreram em ações dos EUA e da Otan no país.
Mais de 300 civis morreram somente em agosto, prosseguiu a ONU, entre eles 92 inocentes atingidos por um bombardeio americano contra o povoado de Azizabad. O governo afegão e a ONU atribuíram aos Estados Unidos a responsabilidade pela morte de dezenas de mulheres e crianças nesse incidente.
Também hoje, o porta-voz do Ministério de Interior do Afeganistão, Zemeri Bashary, informou que ataques atribuídos a rebeldes islâmicos resultaram na morte de cerca de 720 policiais afegãos no último semestre. A maior parte dessas mortes ocorreu em disparos de armas de fogo em um período no qual os insurgentes intensificaram suas ações, prosseguiu Bashary. Em 2007, 925 mortes de policiais foram atribuídas a rebeldes islâmicos, o que mostra uma tendência de aumento nos casos ocorridos este ano.
A força policial afegã conta com aproximadamente 82.000 homens, mas recebe menos treinamento e tem menos poder de fogo do que o Exército do país, tornando-a alvo preferencial dos rebeldes. Além disso, os policiais circulam em pequenos grupo por áreas perigosas do país.
No decorrer deste ano, mais de 4.200 pessoas – supostos rebeldes em sua maioria – já morreram em episódios de violência ligados à insurgência, segundo uma contagem da Associated Press com base em fontes afegãs e ocidentais.