A decisão do Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) de acabar com o limite para o valor do franco irá pesar sobre a economia do país alpino e pode levar a um ou dois trimestres de contração, disse o presidente do SNB, Thomas Jordan, neste sábado.

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O SNB está consciente de que a decisão de permitir que o franco flutue livremente colocou a economia e as empresas suíças em uma posição difícil, mas ainda é demasiado cedo para quantificar danos. “O crescimento econômico será, certamente, mais fraco do que nós previmos em dezembro, e é possível que tenhamos um ou dois trimestres de crescimento trimestral negativo”, afirmou Jordan, durante uma entrevista à estação de rádio suíça SF1.

A instituição chocou os mercados financeiros no mês passado ao abandonar a política cambial que previa um piso para as cotações da moeda local. A estratégia atrelava o preço do franco suíço à moeda única europeia. Assim, o euro deveria custar, no mínimo, 1,20 franco. Com a desistência dessa medida, o mercado acionário suíço despencou e o franco disparou.

O SNB não teve opção a não ser sair de sua política de taxa de câmbio mínima porque “o ambiente internacional havia mudado”, disse Jordan, citando a nova política do Banco Central Europeu (BCE) de emitir moeda para comprar os títulos do governo de países do sul da Europa que enfrentam dificuldades.

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Isso colocaria “enorme pressão sobre o franco”, forçando o SNB a comprar cerca de 100 bilhões de francos (US$ 108 milhões) em moeda estrangeira por mês para defender o piso de 1,20 franco por euro, disse Jordan. “Não era uma questão de se nós abandonaríamos o piso, mas quando”, disse Jordan. O banco sempre foi flexível sobre a taxa de câmbio mínima e mantê-la nunca foi um dogma, segundo o presidente da instituição.

O franco permanece “claramente sobrevalorizado” na taxa atual – em torno de 1,0500 franco por euro -, e o SNB vai acompanhar de perto a evolução do mercado monetário, acrescentou Jordan.

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Instado a comentar uma reportagem da mídia suíça de que o SNB estava mirando um intervalo não oficial de 1,0500-1,1000 franco por euro, Jordan disse que o banco central não comentará os níveis preferenciais ou o que considera ser um valor justo para a moeda suíça. “Monitoramos a evolução geral do mercado monetário, e, quando necessário, iremos nos tornar ativos”, assinalou. Fonte: Dow Jones Newswires.