O fundador do grupo WikiLeaks, Julian Assange, acusou ontem o governo do presidente americano Barack Obama de estar “diretamente implicado” nas violações de direitos humanos no Iraque. Assange afirmou também ser “perseguido” pelo Pentágono e anunciou que deverá pedir asilo político na Suíça nos próximos dias por causa das ameaças que está sofrendo.

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Ele não deu detalhes sobre o tipo de ameaças, mas disse que ele era não apenas testemunha dos crimes dos Estados Unidos, mas também “vítima”. “Estamos sendo ameaçados pelo Pentágono para que toda a informação que temos seja destruída”, disse a jornalistas em Genebra.

Hoje, Assange apelará na Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Casa Branca investigue as informações de tortura e assassinatos que estão nos 400 mil documentos secretos do Pentágono que foram divulgados pelo WikiLeaks. O fundador do site anunciou que, apesar da pressão, divulgará “centenas de novos documentos” até o final do ano, envolvendo os Estados Unidos e “outros países”.

Documentos sobre a Rússia e sobre o tribunal que investiga o assassinato do ex-premiê libanês Rafic Hariri, em 2005, estariam entre os próximos a ser revelados. “Nos últimos meses, temos sido alvo de uma investigação agressiva”, afirmou.

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Até agora, quase 500 mil documentos secretos do governo americano foram divulgados pelo site, para revolta da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono. O vazamento mostrou que os EUA foram coniventes com a tortura praticada pelo governo iraquiano, detalhou a influência iraniana sobre Bagdá e precisou a cifra de civis mortos na guerra: 109 mil.