Estimulados pelo fato de a oposição controlar Zabadani, cidade perto da capital síria, milhares de pessoas realizaram manifestações contra o governo nesta sexta-feira, gritando palavras de ordem pela queda do regime. Pelo menos oito pessoas foram mortas por forças de segurança em todo o país, informaram ativistas.

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Na quarta-feira, tanques e veículos blindados do governo se retiraram, deixando a oposição no controle da cidade.

“É natural a reação de vitória em Zabadani, já que ela levantou a moral das pessoas”, disse um ativista da cidade sobre as manifestações desta sexta-feira. Ele falou em condição de anonimato por temer represálias.

Em várias ocasiões durante o levante, a oposição síria conquistou o controle de algumas cidades, mas por fim as forças leais a Assad retomavam esses locais. Por outro lado, é incomum que o Exército demore tanto tempo para retomar uma cidade tão perto da capital.

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Ativistas disseram que pelo menos oito pessoas foram mortas na Síria nesta sexta-feira, dentre elas seis ativistas em duas vilas na província de Idlib, ao norte, e um subtenente, cujo corpo foi jogado na rua na cidade de Deraa, sul do país. Pouco antes, ele havia sido sequestrado, em sua casa.

A rede ativista Comitês de Coordenação Locais acusou as forças do regime pelo assassinato do subtenente e disse que ele estava ajudando a oposição.

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Milhares de manifestantes protestaram por todo o país após as orações desta sexta-feira, alguns pedindo a saída dos observadores. “Liga Árabe, suas mãos estão sujas com o sangue dos sírios”, lia-se em uma faixa carregada por manifestantes num bairro de Damasco, como mostra um vídeo colocado na internet.

Além das manifestações em Zabadani, grandes protestos ocorreram em Douma, outro ponto de concentração de dissidentes, nas proximidades de Damasco. Segundo ativistas, cerca de 20 mil pessoas protestaram no local.

Os manifestantes também pediram a libertação de milhares de presos e denunciaram a anistia declarada por Assad no domingo para “crimes” cometidos durante os dez meses de levante.

Rami Abdul-Rahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disse que cerca de 4 mil detentos foram libertados nesta semana, muitos dos quais sob fiança e à espera de julgamento. Mas ele afirmou que outros 20 mil devem estar detidos, sem contar o milhares de soldados que foram presos por deserdarem. “Foi uma anistia para a mídia, nada mais”, disse ele. As informações são da Associated Press.