Confrontos entre soldados desertores e regulares e a ação violenta de homens armados, possivelmente do governo, contra civis, deixaram pelo menos 60 pessoas mortas na província de Homs, na Síria Central, nesta segunda-feira. Homens armados mataram 68 pessoas na área rural da província de Homs, denunciou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres. Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio, disse que as mortes foram provocadas por disparos de armas de fogo e pelo uso de facas. Também nesta segunda-feira, a União Europeia ampliou seu embargo econômico ao governo sírio, ao congelar ativos de autoridades do governo sírio nos países europeus e ao impor sanções sobre o Banco Central da Síria, entre outras medidas. O governo sírio, por sua vez, alertou os países ocidentais a não fornecerem armamentos à oposição e aos desertores, afirmando que uma estratégia dessas se voltará no futuro contra o Ocidente.
O foco da violência nesta segunda-feira, como nos dias anteriores, esteve na província de Homs. Os Comitês de Coordenação Local, um grupo da oposição que atua na Síria, disse hoje que foram mortas 135 pessoas ao redor do país, das quais pelo menos 64 em Homs, o que corrobora a informação do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, embora não explique a discrepância no número de mortos em Homs, de quatro pessoas. Mas o grupo não informou se os 135 foram mortos apenas hoje ou também no final de semana passado. O grupo disse que entre os mortos estão três mulheres, três crianças e quatro soldados regulares. O grupo disse que 47 dos corpos foram encontrados entre os vilarejos de al-Ghajar e al-Tanouna, e outros 17 foram descobertos ao norte do vilarejo de Sid al-Shandakhiyeh. Todos os vilarejos ficam próximos à cidade de Homs, a terceira maior da Síria.
Os números de mortos fornecidos pelos dois grupos não puderam ser verificados de maneira independente.
A União Europeia impôs nesta segunda-feira mais sanções à Síria, congelando os ativos de várias autoridades do governo e impondo sanções ao Banco Central desse país. Também está proibida a compra de ouro, metais preciosos e diamantes da Síria, e estão proibidos os voos para transporte de cargas aos países da União Europeia.
A UE já havia imposto algumas rodadas de sanções à Síria, congelando ativos de 100 pessoas e 38 organizações, além de tentar cortar o suprimento do país nos setores de petróleo e gás natural. Por enquanto, as sanções da UE tiveram pouco impacto sobre o regime do presidente sírio, Bashar Assad. Grupos de ativistas estimam que quase 7.500 pessoas morreram nos 11 meses de distúrbios.
Os nomes das autoridades sírias sancionadas nesta segunda-feira serão publicados na terça-feira, no diário oficial da UE. As novas sanções foram adotadas na manhã desta segunda-feira pelos ministros das Relações Exteriores dos 27 países do bloco reunidos em Bruxelas, disse Maja Kocijancic, uma porta-voz do bloco europeu.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.